O RINCÃO DAS PELOTAS
     No fascículo “Pelotas: tempo do ontem...”, publicação do projeto Pelotas Memória de Nelson Nobre Magalhães, se lê que “a origem do nome de Pelotas tem várias versões, transcrevemos da ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS, publicada em comemoração ao 23° aniversário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 1959 as aludidas versões que dizem sobre o origem do nome de nossa cidade, ei-las:
     "Depara-se no manuscrito de José Saldanha parte integrante dos códices de "Correspondência dos Governadores do Rio Grande do Sul com o vice-rei do Brasil" - primoroso trabalho que teve a primazia de registrar ótimos regionalistas do sul, mais tarde incorporados ao linguajar sul-riograndense, a seguinte nota:
     "'Pelotas são huns minimos e portateis Barcos, formados de Couros, de que uzão neste Continente para passarem nos Passos e Arroyos, ou Rio de nado. As mais vulgares, Pelotas, são de dous feitios. Uma de figura de hum Taboleiro, compostas de hum couro de Vacca secco e descarnado, que já trazem para este fim, e a que a chamão "lizar" sendo abertas as rezes pelas costas, tomão-lhe os cantos com huns pontos de huma tira estreita de couros e prendendo-lhe em um dos cantos outra mais comprida, pela qual a pucha, e guia o Nadador, fazem-lhe um pequeno lastro de Ramos Verdes, e depois a carregão de trastes ou de Passageiros, hum a hum. Outras são construídas de hum grande Couro de Touro fresco, que antecedentemente vão tirar ao primeiro que encontram no Campo dos Cimarroens, e trazendo-o sobre o cavallo, o frangem em roda com hum laço (isto hé uma corda formada de quatro tiras de couros entrãçadas) e o reduzem depois de cheyo de trastes, a figura de huma grande bacia, ou cesto, sobre o qual passa por vez hum passageiro. Aquellas tem o perigo de se desmancharem e irem a pique depois de terem duas ou tres viagens; estas pezam muito, e canção o Nadador, que as tira, obrigando-o a Largá-las" (Sic).

Tipos de pelotas ilustradas no livro A cidade de Pelotas. Vol. 1, 3.ed.rev.,1997, de Fernando Osório.

 Do "Vocabulário Sul-Ríograndense", consta:
     "Supomos que as "pelotas" foram primitivamente usadas pêlos indígenas rio-grandenses. Mas, em geral costuma-se acomodar apenas os arreios, roupa etc., quase nunca embarcando o passageiro, que atravessa o arroio a nado, levando presa aos dentes a extremidade da corda que prende o improvisado barco, por essa forma de movimento. Quando embarca alguém na "pelotas", é esta rebocada ou puchada por um indivíduo a nado ou por condutor a cavalo" (sic).


Pelota que ilustrada a capa do livro A cidade de Pelotas. Vol. 1, 3.ed.rev.,1997, de Fernando Osório.

     Consoante a tradição, no Passo dos Negros, sobre o São Gonçalo, a passagem era feita em "pelotas", sendo que a origem do nome de arroio Pelotas, como assim era conhecido muito antes de 1756, procede de vários documentos daquela época e nos quais aparece essa designação.
     Ainda a este respeito, e por considerar ótima elucidação, citemos J. Simões Neto que julgava que os antigos exploradores, procedentes da Colônia do Sacramento, e radicados no Rio Grande, tenham atravessado o São Gonçalo no passo dos Canudos; contra-marchando para leste, pela margem esquerda, encontrariam grandes banhados; cruzando, então os campos do Pavão, descortinaram e subiram os contrafortes da serra dos Tapes sobre o Capão do Leão, prosseguindo até a várzea do Fragata e planalto - neste último local onde foi erguida a cidade - deste ponto, continuaram seguindo o mais forte curso de água que encontraram: o arroio Pelotas, atravessando-o pelo sistema dos indígenas com os quais os bravos exploradores desde muito tinham contato, como gente andeja e experimentada. Naturalmente as caravanas exploradoras reiteradas vezes repetiram o percurso aludido, originando a nome de Pelotas dado àquele curso de água. E fato interessante daí o nome à cidade, em homenagem ao primeiro núcleo de homens que, nas margens do mencionado arroio, foram os troncos primitivos da gênese pelotense, proposto por Francisco Xavier Ferreira, na Assembléia Provincial de 1835, quando lhe foi dado foros de cidade. Domingos José de Almeida, compartilhando da opinião de Xavier Ferreira, obteve, assim, maioria de votos sobre inúmeros outros nomes lembrados para a Princesa do Sul.

A FORMAÇÃO DE PELOTAS
     Alvarino da Fontoura Marques, em seu livro Episódios do Ciclo do Charque, assim conta “Como surgiu Pelotas, o maior centro saladeiril do Rio Grande do Sul”:
     “O nome "Pelotas" deve-se à passagem do arroio, que tem hoje este nome — em seu lugar mais estreito, em frente à que depois foi a "Charqueada dos Fontoura” —, por meio de pelotas, meio expedito que era empregado na travessia de cursos d'água que não davam vau.
     A pelota era improvisada com couro cru, ajeitado, em forma de cesto, em volta de um galho de árvore. Servia como flutuador, para facilitar a travessia.
     "De um couro se faz pelota,
     Quando não se tem canoa“. (Amaro Juvenal. "Antônio Chimango". Martins Livreiro, Porto Alegre, 1980).
     A pelota é de origem marroquina e foi trazida para cá pelos espanhóis, tendo se difundido entre os indígenas.
     A região de Pelotas compreende as faldas da Serra da Buena que se inclinam para as planícies do São Gonçalo e da Lagoa dos Patos. No século XVIII estavam cobertas de florestas, cerrados, restingas e capões.
     Nessa região ainda selvagem, vivia uma fauna variada, inclusive gado alçado e tropilhas de cavalos "baguais", provindos das estâncias missioneiras. Seus únicos habitantes eram índios nômades que, em épocas determinadas do ano, desciam da serra em busca de alimentos e se dedicavam à pesca.
     Os primeiros habitantes brancos chegaram a essas terras depois de atravessarem o sangradouro do São Gonçalo. Eram soldados portugueses em missão de reconhecimento, vindos de Rio Grande e que, mais tarde, aí começaram a se fixar.
     Em 1755, Gomes Freire de Andrade, Capitão-General, mandou levantar uma paliçada na margem oeste do canal de ligação entre as lagoas dos Patos e Mirim, na confluência do rio Piratini, batizando-a de "Forte de São Gonçalo". Mais tarde, o sangradouro passou a receber o nome dessa fortificação.
     Os campos situados em volta dos pontos fortificados e guarnecidos de Rio Grande e São Gonçalo passaram a ter segurança e começaram a ser distribuídos em sesmarias e datas. No final do século XVIII, o atual município de Pelotas abrangia uma área formada por sete estâncias.”

A PELOTA NA CULTURA INDÍGENA
     A pesquisadora Elaine Smaniotto na sua dissertação “Relações de gênero entre populações indígenas nômades do Chaco: Abipón, Mocovi, Toba, Payaguá e Mbayá - Século XVIII” observa e estuda os processos, as estratégias e as práticas culturais e históricas destes cinco grupos indígenas nômades do Chaco, tendo como fonte relatos escritos por missionários jesuítas, governadores e militares que conviveram com estes grupos por alguns anos do século XVIII, e também estudos realizados por antropólogos, etnólogos e historiadores do século XX.
     Relatando sobre os Abipón, a pesquisadora afirma:
     “Os Abipón, quando temiam o ataque de alguma expedição criolla punitiva, rapidamente saiam com suas famílias. Transportavam seus bens em redes e bolsas de fibras de caraguatá,

Em 2004, inspirados nas ilustrações de Fernando Osório, o voluntáriado da ONG VIVA O CHARQUE adquiriu um couro cru, logo após uma das sessões de matança do Frigorífico Eugênio Chiattone, e com a capacidade artesanal de Rodrigo Schlee, montou-se uma autêntica pelota.


Na foto se vê a pelota ladeada por Rodrigo Schlee à esquerda e Antônio Carlos dos Santos, presidente da ONG, à direita.

Esta pelota pode ser vista no museu temático da Charqueada Santa Rita, na Estrada da Costa, nº 200. A parceria entre ONG e Charqueada Santa Rita foi conveniada em  8 de maio de 2005.


Assinatura do convênio no museu da Charqueada Santa Rita. Da esquerda para a direita: Antônio Carlos dos Santos pela ONG, Suzete Chiviacowski Clark.e Roderick Peter Clark pela Charqueada.

 

 


     O site www.pelotas-memoria.
ucpel. tche.br
registra:
     “O Brasão de Pelotas foi instituído em 1961 pelo prefeito João Carlos Gastal, através da lei nº 083, de 24 de outubro de 1961. Depois de um concurso proposto pelo vereador Darci Adam, foram recebidos vinte e oito trabalhos. Foi então escolhido como vencedor o Brasão feito por Arthur Foerstnow, que ficou sendo o Brasão da Cidade. A Comissão Julgadora era composta pelos jurados: Adail Bento Costa, Marina Pires, Getúlio Dias e Gilberto lsaacsson, este, representante do Conselho Municipal de Turismo.”

Descrição do Brasão de Pelotas.
     A coroa de cinco pontas ao alto identifica a cidade como Princesa do Sul; à esquerda, uma espiga de arroz, que representa a maior fonte econômica da região; à direita, um ramo de louros representando os triunfos alcançados no decorrer dos cento e cinqüenta anos.
     No Brasão propriamente dito, vê-se acima, à esquerda, um índio numa embarcação de couro “a pelota” puxada por um nadador, tal qual a primitiva pelota que originou o nome da cidade; à direita, um bovino, lembrando a indústria das charqueadas, as primeiras da região, que proporcionaram grande fator econômico na província; em baixo, à esquerda, o símbolo da Caridade de São Francisco de Paula, o padroeiro da cidade; à direita, o Obelisco, monumento republicano - significa a homenagem dos republicanos a Domingos José de Almeida, o Patriarca de Pelotas. Sobreposta, no centro, a Cruz de Malta, uma homenagem ao português colonizador


Bandeira de Pelotas com brasão no campo central

 

 

confeccionadas pelas mulheres da tribo. Carregavam na pelota pessoas e cargas, quando cruzavam os rios menores. Nos grandes, o homem nadador levava em uma mão a corda de caraguatá amarrada na pelota e com a outra mão segurava o rabo do cavalo que nadava na frente.”

A PELOTA NA VISÃO DE DEBRET
     O francês Jean Baptiste Debret esteve no Brasil entre 1816 e 1831, quando elaborou uma série de "pranchas" (desenhos) que foram inseridas na sua obra Voyage Pitoresque et Historique au Brésil, organizada e escrita depois de seu retorno para a França. A publicação ocorreu em Paris, em 1834, por Firmin Didot frères.
     Na sua volta à França, muitos amigos o incentivaram a lançar uma obra literária relatando sua viagem, tomando como base seus desenhos e notas feitos no Brasil. Para viabilizar a publicação o francês elaborou textos que complementavam as imagens.
     Voyage Pitoresque et Historique au Brésil foi traduzida para o português por Sérgio Milliet em meados do século XX e é composta por três tomos. O primeiro apresenta os índios e aspectos da mata e de outras formações vegetais nativas; o segundo volume concentra-se nos escravos negros, no pequeno trabalho urbano e nos artesãos e nas práticas agrícolas da época; o terceiro trata de cenas do cotidiano, das manifestações culturais como as festas e as tradições populares.


A figura da pelota acima pertence ao seu segundo volume.

     Debret afirma nos seus escritos que desejava "compor uma verdadeira obra histórica brasileira, em que se desenvolve progressivamente uma civilização que já honra esse povo, naturalmente dotado das mais preciosas qualidades, o bastante para merecer um paralelo vantajoso com as nações mais brilhantes do antigo continente". Para o artista, suas pinturas e notas deveriam ser bastante impessoais, não registrando suas impressões, devendo, portanto, retratar a natureza e a realidade como verdadeiros documentos históricos e cosmográficos.

PATRIMÔNIO CULTURAL DO ESTADO
     Na justificativa do PL 265/2002 de autoria do Dep. Bernardo de Souza, transformado em Lei nº 11.895/2003 sancionada em 28/03/2003 que “declara integrante do patrimônio cultural do estado o Arroio Pelotas”, na parte inicial que trata dos aspectos históricos, se lê:
     “Aspectos históricos
     1. A história e o nome de Pelotas se confundem com o Arroio Pelotas – seu 'maior arroio, com uma extensão de 60 km' .

     2. Nas palavras de Fernando Luis Osório, 'o nome de Pelotas memora [....] esse fato histórico que [....] eglomerara [....] a gente e a riqueza da localidade, espalhando-se a população e irradiando – da margem direita desse arroio das Pelotas [....] – a fundação da cidade [....]. Eis porque a velha gente sempre chamou Pelotas àquele lugar [....]' .

     3. Sendo a cidade de Pelotas marco e símbolo da história, da economia e da cultura do Estado, conhecê-la é 'compreender um dos momentos mais significativos do Rio Grande do Sul' .

     4. O povoamento e a ocupação da região de Pelotas só ocorreram no final século XVIII (anos 'setecentos'), no curso das lutas entre portugueses e espanhóis pelo domínio dos territórios meridionais do Brasil.

     5. Em 1758, o Coronel Tomás Luís Osório recebeu em doação (por documento assinado pelo General Gomes Freire de Andrade) , o 'primeiro trato de terra originário do município de Pelotas' .
     O requerimento da concessão de tais terras já fazia referência a seus 'limites naturais' , um dos quais tinha 'nome que tornou-se então oficial, na doação: Arroio das Pelotas' .
     No processo de doação, ficou assentado que Tomás Luís Osório recebeu 'um rincão chamado Pelotas' , que tinha como um de seus limites o 'arroio Pelotas' – em cuja margem esquerda seria implantada a maior parte das charqueadas que viriam a se instalar no rincão.

     6. Alguns, falando sobre as pelotas, dizem que eram 'pequenas embarcações, improvisadas com couros secos e ramos de árvore, para nelas serem atravessadas enxutas roupas e armas, ou para levarem embarcado um único passageiro, sentado imóvel, para não [....] ver-se, perigosamente, mergulhado nas profundezas traiçoeiras das águas do arroio' .
     Para outros, pelota é, simplesmente, uma 'embarcação feita de couro, que os indígenas usavam para cruzar pequenos cursos d’água' .
     Num de nossos mais notáveis dicionários, a pelota é conceituada como uma 'embarcação fluvial rústica e improvisada, feita de trançado de varas recoberto por couro de boi, [....] us. para travessia de pessoas e cargas de uma para outra margem' .
     Mário Osório Magalhães informa que, 'hoje, uma versão nova assegura que a pelota tem origem marroquina' .
     Entretanto, como ele mesmo afirma, pouco importa se os criadores da pelota eram marroquinos ou indígenas: 'o certo é que o Arroio Pelotas recebeu o nome das embarcações freqüentemente utilizadas na sua travessia' .
     Estas embarcações, muito utilizadas na época e na região, vieram a dar nome ao arroio e, depois, à cidade.

     7. Segundo Fernando Osório, José Pinto Martins, em 1780, 'criou a indústria saladeril no Rio Grande do Sul' , quando estabeleceu a primeira charqueada na região , localizada, exatamente, 'sobre a margem direita e a cerca de uma légua da foz do rio das Pelotas' .
     Ester Gutierrez confirma que 'o núcleo saladeril sulino foi implantado a partir de 1780' .
     Leon Ribeiro informa que, 'no ano de 1780, José Pinto Martins, vindo do Ceará, estabeleceu uma charqueada nas imediações do Laranjal, bem junto ao Arroio Pelotas' e agrega a informação de que 'o nome da cidade originou-se daquele lugar, onde, na mais estreita garganta do arroio, fazia-se a passagem em embarcações de couro chamadas pelotas, usadas pelos indígenas' .

     8. Neste período, se constituiu o denominado Povo de São Francisco de Paula, que teve como primeiros habitantes alguns descendentes de transmontanos e minhotos e vários casais de açorianos e madeirenses, vindos de Rio Grande e da Colônia do Sacramento .

     9. A iniciativa da primeira charqueada foi o marco da 'arrancada decisiva para o crescimento da região, pois a prosperidade do estabelecimento, favorecido pela localização, estimulou a criação de outras charqueadas, dando origem à povoação, que demarcaria em definitivo o início da Cidade de Pelotas' .
     Isto fez com que uma das melhores obras sobre as charqueadas pelotenses afirmasse que 'o pólo charqueador escravista estava situado às margens do canal São Gonçalo e do Arroio Pelotas' .

     10. O charque, num primeiro momento, foi comida essencialmente de escravos.
     Depois, exportado para os mercados interno e externo, transformou-se numa das principais fontes de alimentação em todo o país; hoje, é uma comida gaúcha típica.
     Nas palavras de Sandra Pesavento, o charque deu 'um novo valor econômico para a carne' – daí advindo profundas decorrências, especialmente para Pelotas e seu entorno.
     Segundo Décio Freitas, 'a apropriação e privatização das terras e dos gados, dando lugar ao aparecimento da estância como empresa pastoril capitalista, resultou do aproveitamento da carne para o preparo do charque destinado aos mercados brasileiros e estrangeiro' .

     11. As embarcações que levavam o charque para alimentação dos escravos nordestinos, nos canaviais, voltavam carregadas de açúcar e permitiram, assim, a afirmação da tradição doceira de Pelotas .
     Foi, também, a partir das margens do Arroio Pelotas que se deu a conexão do Sul do Brasil com o resto do país e a Europa, para onde as embarcações iam carregadas de couro e charque, e de onde retornavam com mercadorias e novidades culturais, especialmente da França .
     A riqueza gerada pelas charqueadas às margens do Arroio Pelotas e a conexão náutica a partir daí permitiram o acesso a peças teatrais européias (no teatro Sete de Abril), moda, móveis e costumes trazidos da França, fazendo da cidade uma expressão da cultura européia no sul da América do Sul e dando-lhe, no final do século XIX, o 'título' de Paris da América do Sul.
Pelotas, entretanto, é conhecida, até hoje, como Princesa do Sul – cognome de origem controvertida que, segundo recentes pesquisas históricas, tem origem, em 1863, na poesia 'Pelotas', de Antônio Soares da Silva .

     12. A grande riqueza gerada pelo charque logo fez aparecerem 'zelosos fiscais da Coroa' , que se estabeleceram 'na confluência do São Gonçalo com o arroio Pelotas' .
     O desenvolvimento econômico e o decorrente crescimento demográfico levaram ao Alvará de 7 de julho de 1812, pelo qual o Príncipe Regente D. João determinou a criação da Freguesia de São Francisco de Paula, no lugar denominado (obviamente, porque já conhecido como) Pelotas.
     Logo depois, em 1820, o pesquisador e historiador europeu St. Hilaire, quando esteve em Pelotas (e afirmou que 'tudo aqui anuncia abastança' ), hospedou-se em casa (residência do charqueador Antônio José Gonçalves Chaves) localizada exatamente 'na costa do [arroio] Pelotas' .

     13. Finalmente, em 1835, a Assembléia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul transformou em cidade a Vila de São Francisco de Paula, oriunda da antiga Freguesia de São Francisco de Paula, de que trazia, ainda, o nome – e, na mesma oportunidade (sessão de 18 de maio), deliberou dar-lhe o nome de Cidade de Pelotas.

 

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