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Palacete situado na Félix da Cunha e fazendo esquina com a Tiradentes encontra-se em estado deplorável.
Lastimavelmente este opulento prédio encontra-se esquecido das autoridades que lutaram e conseguiram apoio financeiro afim de restaurarem os casarões em torno de nossa praça central.
Citarei alguns dados deste imóvel afim mostrar a sua importância na história de nosso torrão natal.
Esta edificação é a mais antiga construída no perímetro central de nossa cidade.
Sua construção deu início em 1833 e sua conclusão ocorreu em 1835 (ano em que Pelotas passou de vila à cidade). É uma construção que foi administrada pelo obreiro de nacionalidade lusitana sr. João de Deus Castanheira.
A MISCELLANEA – Porto Alegre/Pelotas
Cartão Postal de 1911
Sua antiguidade está, também, espelhada na data de sua construção (1835), ainda em algarismos arábicos. Somente na segunda metade do século 19 é que foram utilizados os algarismos romanos em construções opulentas (conforme estão estampados nos casarões).
Outro detalhe a ser destacado foi o acolhimento, por duas oportunidades, de dignos monarcas imperiais.
Em 1865 este palacete recebeu como seu hóspede o inesquecível Dom Pedro II e em outra vez veio a acolher a Princesa Isabel e o Conde D'eu, juntamente com seus dois filhos, isso em fins do Brasil Império (1885).
O proprietário do imóvel, Domingos Rodrigues Ribas (espanhol) não mediu esforços afim de construir um edifício com todo o requinte possível daquela época.
Na parte térrea do palácio existe uma grande clarabóia cujos vidros e armação metálica vieram da França. As madeiras de lei, as aberturas internas e externas vieram de Portugal.
Desde 1903 até 1959 este majestoso prédio abrigou o tão querido Colégio Municipal Pe-lotense que através de seu corpo docente magistral propiciou aos seus alunos muito sucesso em suas vidas profissionais...
Posteriormente cedeu suas dependências ao Colégio Salis Goulart, o qual com muito sacrifício manteve razoavelmente a edificação.
Após a mudança deste educandário para outro local, o majestoso prédio encontra-se fechado, talvez há dois ou mais anos. É triste, mas é realidade, este edifício que no passado abrigou monarcas do Império Nacional e modelar estabelecimento de ensino, atualmente abriga pulgas e baratas. A parte externa é desoladora, pois, os vidros das janelas, na maioria, estão quebrados e na parte de trás do telhado nota-se duas crateras (onde o madeiramento cedeu e as telhas caíram propiciando assim o apodrecimento do forro e também do assoalho do pavimento superior.
Rogo aos órgãos competentes que tomem uma iniciativa coerente afim de preservar este Palacete, o qual é mais importante para a memória dos pelotenses do que os casarões já preservados e restaurados.
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