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ATA DA INAUGURAÇÃO DA HERMA DE DOMINGOS JOSÉ DE ALMEIDA
"Aos cinco dias do mês de março do ano de mil novecentos e vinte e um, às dezesseis horas, na Praça da República da cidade de Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul. República dos Estados Unidos do Brasil, teve lugar a inauguração de uma herma levantada pela Municipalidade ao grande amigo da. Cidade -- Domingos José de Almeida — que, em dezessete de junho de mil oitocentos e trinta e cinco, na Assembléia Provincial, propôs-lhe o nome de Pelotas, em substituição ao de São Francisco de Paula, da antiga vila.
Nascido em Minas Gerais, a nove de julho de mil setecentos e noventa e sete, em um sitio nas abas do Sumidouro, entre o vau do rio das Pedras e São Gonçalo, distrito de Diamantina, e de condição modesta, veio para Pelotas, em mil oitocentos e vinte, sendo um fervoroso partidário da Independência, festejando a vila, entusiasticamente, o brado do Ipiranga, quase com a totalidade das despesas por ele atendidas.
Aqui casando-se, deixou prole e procurou prestar, desde logo, à localidade todos os serviços que podia. Com avultadas despesas e lutando com grande oposição, fez arruar e demarcar as quadras e praças da então vila, assim como prefixar o preço das esquinas e centro das quadras, para conter as exageradas pretensões dos donos de terrenos, o que facilitou e animou a construção de prédios. Foi o iniciador da navegação a vapor entre a vila e a do Rio Grande, sendo a barca "Liberal” a primeira que navegou os rios da Província. Prestou, entre outros, estes serviços relevantes: a medição das datas da Costa do Pelotas e fazenda do Monte Bonito, feita quase a sua custa, ficando as sobras para o logradouro da cidade; o levantamento da planta da cidade; a criação de uma praça; edificações; o levantamento da planta da ponte sobre o Piratini; a introdução nas charqueadas do processo de fabrico de graxa a vapor; o início da desobstrução dos baixios que entorpeciam a navegação do São Gonçalo.
O movimento liberal de sete de abril de mil oitocentos e trinta e um teve de Domingos José de Almeida o mais espontâneo e denodado concurso, sendo um dos primeiros a defendê-lo, chegando a ser um homem de prestígio, uma verdadeira influência política, inspirando a seus comandados sentimentos patrióticos.
No ano de mil oitocentos e trinta e cinco, quando se tratou da eleição de deputados à primeira Assembléia Legislativa Provincial, foi eleito deputado pela oposição, como suplente, que já era, desde mil oitocentos e trinta e três, do Conselho Geral da Província.
Foi um dos fundadores da República Rio-Grandense, fazendo parte de quase todos os seus ministérios, tornando-se logo a cabeça dirigente da República, que a ele mais do que a ninguém deveu a longa vida que teve, pela organização de suas finanças, no que demonstrou ser um homem notável no meio em que exercitou sua ação revelando possuir poderosa mentalidade e grande senso prático.
Fez parte da administração municipal, mais de uma vez.
Em mil oitocentos e cinqüenta e oito, fundou o jornal "Brado do Sul", em que sustentou, com grandes sacrifícios e ao lado de Carlos Von Koseritz, grandes campanhas da época.
Depois de longos anos de sofrimentos, exalou o último suspiro o grande patriota, a seis de maio de mil oitocentos e setenta e um.
Como uma homenagem ao grande batalhador da Liberdade, o Partido Republicano de Pelotas, por iniciativa do doutor Álvaro Chaves, erigiu, a sete de abril de mil oitocentos e oitenta e cinco, no povoado do Areal, na Costa de Pelotas, onde residiu o cidadão Domingos José de Almeida, uma singela coluna de oito metros de altura, que tem gravada numa placa de bronze, esta inscrição: “Os republicanos de Pelotas recomendam aos viandantes a memória de Domingos José de Almeida -- 20 de setembro de 1884."
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EM PELOTAS
Herma a Domingos José de Almeida
O monumento localiza-se na Praça Coronel Pedro Osório, na frente da Prefeitura Municipal da cidade.
Na face frontal: Placa de bronze com a inscrição: "Domingos José de Almeida - Delineador desta cidade a que deu o nome - Benemérito obreiro do progresso local - Homenagem do Município de Pelotas".
Na lateral esquerda, inscrição no mármore: "Faleceu a 6 de maio de 1871 em sua residência na Costa de Pelotas".
Na lateral direita, inscrição no mármore: "Nasceu a 9 de julho de 1797 no Districto de Diamantina".
Na face do fundo, inscrição no mármore: "Abnegado patriota - Paladino da República Rio Grandense da qual foi Ministro do Interior e da Fazenda - 1836 a 1841".
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