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     PELOTAS NO INÍCIO DA ERA DO RÁDIO
     12/11/2013
     Carlos Lhullier da Cunha

     A década de 1930 viu florescer nos mais variados recantos do mundo os estados totalitários, ultranacionalistas, militaristas e expansionistas. Estavam em alta as políticas estatais de controle da informação e da comunicação social. Em '37 no Brasil estreava o Estado Novo, seguindo o figurino totalitário e nacionalista. Em '39 a Alemanha invade a Polônia e começa a Segunda Guerra Mundial que vai envolvendo os demais países europeus e se alastra pela África e Ásia. Em fins de '41, com o ataque a Pearl Harbor, a guerra chega a América. No ano seguinte o Brasil também entra no conflito armado.

     Em 1896 Guilherme Marconi inventa o primeiro sistema de telegrafia sem fios. No Brasil em 1901 o portoalegrense Padre Roberto Landell de Moura registra a patente de seu sistema de telefonia sem fios. A radiodifusão era uma novidade. No Brasil a primeira transmissão radiofônica civil foi em 1919, antes somente militares poderiam ter aparelhos de rádio. A primeira rádio emissora brasileira inaugurou suas transmissões em 1923, e em 6 de junho de 1925 inaugurava a Rádio Pelotense, a primeira a operar no Rio Grande do Sul e a terceira no Brasil. Porém, somente em 1932 o governo autorizou a divulgação de publicidade comercial no rádio. Em 1938 o governo criou a Hora do Brasil e em 1940 encampou a Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Em 1940 havia 78 emissoras no Brasil. Em 1941 aparece o noticiário Repórter Esso e no ano seguinte o primeiro jornal falado, o Grande Jornal Falado Tupi.


Rádio antigo marca Lafayette

     No Brasil, o cenário político de controle do Estado Novo sobre a sociedade, agravado pela necessidade de medidas de segurança decorrentes da Guerra Mundial, determinava a censura e o controle dos meios de informação e comunicação, dentre eles, o rádio.

     O controle do rádio se dava nas duas pontas. Censura na radiotransmissão e controle nos rádios receptores. Todos os aparelhos receptores deviam ser inscritos no Departamento dos Correios e Telégrafos. Esta inscrição era renovada anualmente e ainda quando o aparelho fosse removido para outro local. O aparelho inscrito só podia ser usado sem objetivo comercial e desde que não perturbasse a recepção feita por outrem.

     Foi o que fez meu pai, Joaquim Monteiro da Cunha, residente na Rua Félix da Cunha, 609, em 26 de setembro de 1940, ao inscrever no Departamento dos Correios e Telégrafos de Pelotas o seu rádio receptor, marca Lafayette com bateria e 6 válvulas, sob o número de inscrição 632 e pagamento de selo no valor de 5.000 réis. Observe-se que o aparelho estava "em trânsito". È quase certo que nova inscrição foi feita quando o receptor chegou ao seu destino, e novo selo de 5.000 réis.

     Se você possui documentos semelhantes a esta inscrição, procure divulgá-los para preservar a memória daqueles tempos e disponibilizar este conhecimento às novas gerações.

          Muito interessante o artigo. Parabéns!
Bruno Farias – Jornalista
Pelotas / RS

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