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          OS  BARÕES DO CHARQUE 
                 O poder dos charqueadores  pelotenses foi oficialmente consolidado a partir de 1829, quando o imperador  dom Pedro I outorgou o primeiro título de nobreza a um fazendeiro do ramo.  Coube a Domingos de Castro Antiqueira, proprietário da Charqueada do Cascalho -  localizada na margem direita do arroio Pelotas - ostentar um título nobiliário  em Pelotas: o de Barão de Jaguari. Antiqueira, foi também o primeiro e um dos  únicos a ascender na hierarquia da nobreza brasileira, quando em 1846 foi  declarado Visconde de Jaguari. 
                 Até o final do período imperial,  dez charqueadores receberam títulos de nobreza (veja quadro). "A outorga  do baronato, que tinha como condição, quase sempre, certa fortuna acumulada,  significava o reconhecimento oficial da Monarquia ao poder e ao prestígio de  quem era agraciado", explica o historiador Mário Osório Magalhães. 
      Além de Antiqueira, apenas João Simões Lopes  ascendeu à condição de visconde e passou para a história como o Visconde da  Graça, em uma referência direta a sua propriedade a Charqueada da Graça,  localizada na margem esquerda do arroio Pelotas. 
          O BARÃO DE JARAU 
                 Joaquim José de Assumpção nasceu  em Pelotas e tornou-se na segunda metade do século 19 um dos charqueadores mais  prósperos da cidade e, segundo historiadores, foi - talvez - dono da maior  fortuna do Rio Grande do Sul na sua época. Foi, também, fundador da Associação  Comercial de Pelotas, que presidiu entre 1873-76. No campo social foi provedor  e um dos principais mantenedores da Santa Casa de Misericórdia. 
          JOÃO SIMÕES LOPES, O VISCONDE DA  GRAÇA 
                 Filho de charqueador, nascido em  Pelotas, chegou a frequentar o seminário São José, no Rio de Janeiro onde  pretendia se ordenar padre, mas não o fez. Em seguida lutou ao lado dos  farrapos nos primeiros tempos da Revolução Farroupilha, tendo sido preso e  enviado à prisão de Presiganga e depois para Pernambuco de onde retomou para  trabalhar na charqueada do pai. Casou duas vezes e teve 22 filhos. Foi um  incentivador da realização de melhorias na infra-estrutura urbana de Pelotas  como fundador da Companhia Hidráulica Pelotense e, posteriormente, da Companhia  de Gás. Foi, também o doador, do primeiro prédio da Bibliotheca Pública  Pelotense. 
          Fonte: Álvaro Guimarães - Diário  Popular  06/07/2007 
            
          INTENDENTES E PREFEITOS 
                 Proclamado o regime republicano em 15 de novembro de 1889, quatro dias  depois os representantes da Câmara Municipal declaravam vagos os seus lugares,  a fim de que a República escolhesse novos governantes. Em 25 de novembro o  presidente do Estado, Visconde de Pelotas, nomeou umaJunta Administrativa, cujo  mandato se prolongou até 6 de setembro de 1891. Era composta por Francisco  Nunes de Souza (presidente), Gervásio Alves Pereira e António Soares da Silva.  Em 5 de junho de 1890, a  Junta foi acrescida de dois novos integrantes, Henrique Martins Chaves e Pedro  Luís da Rocha Osório. Em 23 de julho de 1890, assumiu António Soares da Silva  como presidente, Francisco Nunes de Souza foi substituído por Cipriano da  França Mascarenhas e incluiu-se, na composição do colegiado, Alberto Roberto  Rosa. Em 1891, Cipriano Mascarenhas foi substituído por Felicíssimo Manuel  Amarante; Pedro da Rocha Osório, por Ildefonso Menandro Corrêa. 
                   O primeiro intendente, Gervásio Alves Pereira, foi nomeado em l6 de  setembro de 1891. Seu mandato, previsto para terminar em setembro de 1896,  seria completado nos últimos seis meses, ainda através de nomeação, porAntero  Vitoriano Leivas. Realizadas eleições, em 2 de julho, Antero Leivas foi o  escolhido, exercendo então mandato efetivo entre setembro de 1896 e setembro de  1900. 
      Francisco de Paula Gonçalves Moreira, o terceiro intendente, renunciou em  agosto de 1902, sendo substituído, através do voto popular, por José Barbosa  Gonçalves. Realizadas novas eleições, em 4 de julho de 1904, Cipriano Corrêa  Barcellos foi o escolhido, exercendo mandato efetivo até setembro de 1908. 
      O próximo intendente, José Barbosa-Gonçalves, exonerou-se do cargo em 9  fevereiro de 1912, assumindo o seu exercício Cipriano Barcellos, na qualidade  de subintendente do lº distrito. Seguiram-se: Cipriano Corrêa Barcellos  (1912-1916), Cipriano Corrêa Barcellos, reeleito (1916-1920), Pedro Luís Osório  (1920-1924), Augusto Simões Lopes (1924-1928), João Py Crespo (1928-1932),  Augusto Simões Lopes (1932-1933) e Joaquim Augusto de Assumpção Júnior  (1933-1934). 
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          Mário Osório Magalhães 
Fonte: Diário Popular  15/07/2007 
            
          DEPUTADOS PROVINCIAIS 
               Um Conselho Geral da Província, criado pela Constituição Imperial de 1824,  atuou no Rio Grande do Sul entre 29 de novembro de 1828 e 28 de fevereiro de  1834. De caráter apenas consultivo, era composto por 21 membros, escolhidos por  eleição indireta, em dois graus. Integraram esse órgão, durante esses seis  anos, quatro cidadãos radicados em Pelotas — ou nesta região que, até a metade  do período, era um distrito Vila do Rio Grande e, a partir de 1832, município  autônomo, sob o nome de Vila de São Francisco de Paula. Foram eles, em ordem  cronológica: José Rodrigues Barcellos (1828 e 1829), Antônio José Gonçalves Chaves,  que em 1820 hospedou o viajante francês Auguste de Saint-Hilaire (1828 a 1832), José Inácio da  Silveira e Antônio Joaquim da Silva Maia (1830 a 1833). 
       Em 12 de agosto de 1834, dia da aprovação do Ato Adicional, tal conselho  foi substituído por uma Assembléia Legislativa Provincial, agora sim de caráter  deliberativo. Composta inicialmente por 28 representantes, esse número  elevou-se para 30 a  partir de 1855 e até o final do Império. Em consequência da Revolução  Farroupilha, suas atividades foram interrompidas de 1838 a 1845. 
       Entre 1835 e 1889, em 35 legislaturas, 35 cidadãos naturais de Pelotas ou  aqui residentes elegeram-se deputados à Assembléia Legislativa da Província de  São Pedro. A grande maioria, em número de 29, exerceu de um a oito mandatos; os  seis restantes ocuparam entre 11 e 21 vezes o cargo de deputado provincial. 
  Exerceram apenas um mandato os seguintes pelotenses: Alfredo Gonçalves  Moreira, Epaminondas Piratinino de Almeida, Francisco de Paula de Azevedo e  Souza, João Simões Lopes, José Batista Pereira, Juvêncio Augusto de Menezes  Paredes (poeta, autor de Parietárías), José Vieira Braga, Miguel Rodrigues  Barcellos, futuro Barão de Itapitocai, Severino Ribeiro Carneiro Monteiro e  Vasco Pinto Bandeira.  
       Dois mandatos: Antônio Joaquim da Silva Maia e Antônio José Gonçalves  Chaves, já citados, Domingos José de Almeida, futuro vice-presidente e ministro  da República Rio-Grandense, Henrique Bernardino Marques Canarim, João Batista  de Figueiredo Mascarenhas e João Chaves Campello. 
       Três mandatos foram cumpridos por Antônio Mâncio Ribeiro, José Brusque,  Saturnino Epaminondas de Arruda, Sebastião Rodrigues Barcellos e Vicente José  da Silva Maia.  
       Quatro mandatos: Antônio Antunes Ribas, Antônio Vieira Braga e Joaquim  Jacinto de Mendonça, que foi presidente do Sergipe.  
       Cinco mandatos: Francisco Antunes Gomes da Costa, futuro Barão do Arroio  Grande, e Francisco Antunes Maciel, futuro Ministro do Império. 
       Seis mandatos exerceu Alexandre Jacinto de Mendonça.  
       Sete mandatos, Manuel Lourenço do Nascimento, pai do futuro Ministro de  Floriano, na República, Alexandre Cassiano do Nascimento.  
       Oito mandatos, Antônio José Gonçalves Chaves, filho do Conselheiro Geral  da Província e deputado do mesmo nome.  
       Onze mandatos, Joaquim José da Cruz Secco.  
       Doze mandatos, João Jacinto de Mendonça, que foi presidente da Província  de São Paulo e que, ao falecer, constava em primeiro lugar na lista tríplice  para Senador que seria submetida à apreciação de Dom Pedro II. 
                 Quatorze mandatos foram cumpridos por Joaquim Vieira da Cunha.  
                 Quinze mandatos, por Francisco Carlos de Araújo Brusque, que foi  presidente das províncias de Santa Catarina (fundador da cidade de Brusque) e  do Pará. 
                 Finalmente, houve dois deputados pelotenses que exerceram o elevado número  de 21 mandatos provinciais: Israel Rodrigues Barcellos e Joaquim José Afonso  Alves, que foi presidente do Espírito Santo. 
          Mário Osório Magalhães 
Fonte: Diário Popular  05/08/2007 
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            • Domingos de Castro Antiqueira, Barão de Jaguari (1829) e  Visconde de Jaguari (1846) 
               • João Simões Lopes, Barão da Graça (1872) e Visconde da Graça  (1876) 
               • José Antônio Moreira, Barão de Butuí (1873) 
               • Francisco Gomes da Costa, Barão do Arroio Grande (1884) 
               • Felisberto Inácio da Cunha, Barão de Correntes (1884) 
               • Leopoldo Antunes Maciel, Barão de São Luís (1884) 
               • Aníbal Antunes Maciel, Barão dos Três Cerros (1884) 
               • Antônio de Azevedo Machado, Barão de Azevedo Machado (l885) 
               • Joaquim da Silva Tavares, Barão de Santa Tecla (1886) 
               • Joaquim José de Assumpçâo, Barão de Jarau (1888) 
              Fonte: Álvaro Guimarães 
                           Diário  Popular 06/07/2007 
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                   Administraram Pelotas na condição de prefeitos — denominação adotada pela  Constituição de 1934: 
              • Sílvio Barbedo (1934-1938); 
              • José Júlio Albuquerque Barros  (1938-1944); 
              • Sílvio da Cunha Echenique (1944-1945); 
              • Sérgio Abreu da Silveira  (1945-1946); 
              • Procópio Duval Gomes de Freitas (1946-1947); 
              • Joaquim Duval  (1947-1951); 
              • Mário Davi Meneghetti (1951-1956); 
              • Adolfo Fetter (1956-1959); 
              • João  Carlos Gastal (1959-1963); 
              • Edmar Fetter (1963-1969); 
              • Francisco Louzada Alves da  Fonseca (1969-1972); 
              • Ary Rodrigues Alcântara (1972-1976); 
              • Irajá Andara  Rodrigues (1976-1982); 
              • Bernardo Olavo Gomes de Souza (1983-1987); 
              • José Maria  Carvalho da Silva (1987-1988); 
              • José Anselmo Rodrigues (1989-1992); 
              • Irajá Andara  Rodrigues (l993-1996); 
              • José Anselmo Rodrigues (1997-2000); 
              • Fernando Stephan  Marroni (2001-2004); 
              • Bernardo Olavo Gomes de Souza (2005); 
              • Adolfo Antônio  Fetter Júnior (2006-2012); 
              • Eduardo Figueiredo Cavalheiro Leite (2013). 
                   Nesses 72 anos, exerceram o cargo, na condição de interinos: 
                • João Gervini,  que em 1938 substituiu Sílvio Barbedo, exonerado no início do Estado Novo; 
                • Adolfo Fetter, vice-prefeito, que em 1948 respondeu pela titularidade até que  fosse confirmada a eleição de Joaquim Duval; 
                • Pedro Machado Filho, presidente  da Câmara Municipal, que em 1982 completou o mandato de Irajá Rodrigues,  licenciado para concorrer à Câmara Federal. 
              Mário Osório Magalhães 
  Fonte: Diário Popular  15/07/2007  | 
           
          
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